Criações


QR Corpo (2023)                       - QR CORPO -  Hybrid Installation (2023) On tour                                  Juntoseseparados (2020)     - TOGETHERandAPART - Video conference performance (2020) On line/On tour
Microutopias Cotidianas Aglutinantes do Lugar (2019) On tour
De Carne e Concreto (2014)      -  Of Flesh and Concrete - A Choreographic Installation (2014) 
Sacolas na Cabeça  (2014)         -  Bags on the head (2014) On tour
Camaleões (2010)                     -  Chameleons (2010) On tour
Autorretratodinâmico (2009)     -  Dynamic self-portrait (2009)
Cidade em Plano (2006)            -  City in Plan (2006)
Aletheia (2003)                          -  Aletheia (2003)
Coisas de Cartum (2002)           -  Cartoon Things (2002)
Dalí (2000)                                 -  Dalí (2000)
Nada Pessoal (1998)                  -  Nothing personal (1998)
No Instante (1996)                     -  In the instant (1996)
Anti Status Quo Dança (1994)  -  Anti Status Quo Dance (1994)
Efeitos (1991)                            -  Effects (1991)


QR CORPO





QR CORPO é o mais novo trabalho coreográfico da Anti Status Quo Companhia de Dança, uma das mais renomadas e longevas companhias de dança contemporânea do Centro Oeste do Brasil. Estreou em abril de 2023 no Espaço Casa em Brasília-DF, sua montagem contou com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC).

O trabalho é um misto de espetáculo e instalação. Uma experiência em dança híbrida que acontece com a presença de público ao vivo num local físico e ao mesmo tempo parte do trabalho é 100% virtual/digital. A obra foi criada a partir de investigação sobre a relação do corpo com as telas, pesquisa que o grupo desenvolve desde 2020, quando o enclausuramento doméstico forçado pela pandemia da Covid 19, radicalizou o uso das novas tecnologias de comunicação.

Reconhecida por suas criações impactantes que sempre surpreendem o público com obras em formatos diferentes de difícil categorização, a, também, conhecida, por A.S.Q. Cia de Dança continua investindo na pesquisa de linguagem artística inovadora e questionadora de padrões de representações de mundo com este novo trabalho.

QR CORPO mergulha no mundo das imagens com uma coreografia fragmentada. Parte de técnicas de construção e desconstrução imagéticas, onde cada um dos cinco bailarinos criadores desenvolve especificas abordagens de seus próprios corpos. Uma viagem da percepção mediada pela tecnologia que visita universos muito diversos entre si e apresenta perspectivas do corpo que passam pelo humor, a estranheza, a transfiguração, a fragmentação, a abstração, o ritmo e a ilusão do movimento. O espectador aprecia a obra por meio de próteses janelas, extensões do seu próprio corpo sempre em interatividade com os corpos presentes e participando de uma coreografia social.

É uma reflexão crítica sobre a radicalização do uso da tecnologia e o papel central da experiência com as imagens e o consumo de imagens na maneira como construímos as nocões de corpo e de experiência de vida na atualidade. O trabalho levanta questões controversas sobre o uso excessivo dos celulares e as telas e suas consequências no comportamento, nas relações sociais e na construção cultural de hoje e do futuro fazendo pensar sobre as relações entre corpo, imagem, comportamento, percepção, cultura e tecnologia.



Foto: Luciana Lara

Foto Nithyama Macrini


                                                                 
Foto João Antonio                                                                                                                  Foto: Luciana  Lara


Foto Nithyama Macrini



Fotos de 5 dos vídeos acessados pelos QR Codes e assistidos no celular








FICHA TÉCNICA:

Direção: Luciana Lara
Pesquisa, Concepção e Dramaturgia: Luciana Lara em colaboração com os bailarinos
Bailarinos criadores: Déborah Alessandra, Leandro Menezes, Leonardo Rodrigues, Luciana Lara e Rebeca Damian
Artista convidado para Residência Artística: Marcio H Mota
Criação, câmera, edição e sonorização de coleção individual de vídeos dos QRs: Bailarinos criadores.
Figurino: O grupo
Desenvolvimento Web para QRs: Camilla Rodrigues Pereira
Desenho de Iluminação, ambientação sonora e fotos para divulgação: Luciana Lara
Montagem e operação de luz: Sammy Therion
Design gráfico, operação de som e fotomontagens: Marconi Valadares
Fotos de registro do espetáculo: Nityama Macrini 
Coordenação de Produção e produção executiva: Rebeca Damian/ Peixa Produções Artísticas
Coordenação Administrativa: Quanta Produções
Projeto Manutenção ASQ nas telas realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal



JUNTOSeSEPARADOS





JUNTOSESEPARADOS é uma performance ao vivo em videoconferência da Anti Status Quo Companhia de Dança de Brasília-DF. Em uma espécie de jogo de interação, indivíduos, mediados pelas telas dos seus computadores pessoais, descobrem uma linguagem low fi, doméstica, íntima, fragmentada, precária e crítica ao interagir no ambiente multitelas de uma reunião virtual. Os bailarinos performam ao vivo no aplicativo Zoom criando uma crônica visual com recursos disponíveis no próprio aplicativo de reuniões virtuais, com o uso de celulares e, também, a partir de objetos de suas casas, recortes de revistas, e a relação corpo-tela. O trabalho levanta questões sobre os paradoxos da situação em que vivemos. Concebido no contexto da pandemia, a sua dramaturgia é um convite a reflexão sobre o momento atual que traz à tona assuntos como a radicalização do uso da tecnologia, a relação corpo com as telas, a vida cotidiana, o comportamento humano e a distopia apocalíptica. Cada versão do trabalho é inédita e recebe um número. Atualizada com a velocidade dos acontecimentos, tem sempre como ponto de partida o corpo em busca por uma nova subjetividade que dê conta do agora.

 
English

TOGETHER&APART


“TOGETHER&APART 8” is a live and online video conference performance. Nine dancers, mediated by their computer screens, use several objects, magazine clippings, and technological resources to interact in a multi-screen environment of an online meeting platform. A game of images and meanings that reflects on paradigm shifts and the paradoxes of the current situation we live in. Conceived in the context of social isolation imposed by the pandemic, all the work is done in real time without any post-editing work. A visual, homemade, low-fi, domestic, fragmented, precarious and playful chronicle of the moment whose starting point is the body in its relationship with screens and technological devices, searching for a new kind of subjectivity, one that can handle the present. The performance first premiered in April 2020 at the online festival NO SEU QUADRADO in Brasília – DF and  the last version ( number 18)  was performed for SESC Bom Retiro in São Paulo in 2023.  This work is a directed improvisation and has a number in its title. Every time it is performed, a new and different version of the spectacle is created, carrying new elements, new thematic approaches and new resources that updates it to the current moment, always without losing its identity.


Duration: 35 minutes
Rating: all audiences





 










FICHA TÉCNICA

Anti Status Quo Companhia de Dança

Direção e concepção: Luciana Lara

Dramaturgia em colaboração com os bailarinos

Bailarinos integrantes da Companhia: Déborah Alessandra, Leandro Menezes, Leonardo Rodrigues, Luciana Lara, Mônica Bernardes, Rebeca Damian e artistas convidados.

Pesquisa em conjunto com outros bailarinos e o Núcleo de Formação ASQ: Jaqueline Silva, Raoni Carricondo, Camilla Nyarady, João Lima, Maria Ramalho, Marcela Brasil, Márcia Regina, PA e Renata Studart.

Trilha sonora originalmente criada para o espetáculo Cidade em Plano (2016): Valeria Lehmann

Suporte técnico para streaming: Leonardo Rodrigues

Duração: 35 minutos

Censura Livre




HISTÓRICO DO TRABALHO:

JUNTOSESPERAPADOS teve sua primeira apresentação em abril de 2020, a partir da impossibilidade de a Anti Status Quo Companhia de Dança trabalhar presencialmente durante a pandemia. Desde de lá, o trabalho vem sendo recriado e atualizado. Inédito a cada versão, o trabalho sempre apresenta nova dramaturgia, novas materialidades e recursos técnológicos. Apresentada ao vivo, a performance é transmitida pelo youtube. Já foram 17 versões apresentadas em festivais importantes nacionais e internacionais como PALCO SESC GIRATÓRIO 2022,  27º PORTO ALEGRE EM CENA (Porto Alegre – RS), 25º Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de Brasília (Brasília-DF), CAMP_ iN Encuentro Scénico (México) e o Fiver Dance (Lograño - Espanha). A temporada de apresentações de 2022 faz parte do projeto Manutenção Anti Status Quo nas telas e recebeu recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.  O trabalho poder ser assistido pelo celular, mas aconselhamos o uso de um computador pessoal/ laptop para uma melhor visualização, devido ao tamanho da tela.










SOBRE A CRIAÇÃO DO TRABALHO

Criada a partir da impossibilidade de a Anti Status Quo Companhia de Dança trabalhar presencialmente durante a pandemia, a maneira como era possível se encontrar virou o próprio objeto de estudo do grupo, quando percebemos que a condição de isolamento social iria durar mais do que imaginávamos. 

Antes da pandemia a Companhia investigava o corpo na relação com o espaço da cidade, o cotidiano urbano, a paisagem, a percepção como ação, o tempo como duração, a relação de imagens, palavras e o corpo, o limiar entre ficção/realidade e a relação com o espectador. Tentando dar continuidade a pesquisa do grupo intitulada Corpo e Cidade, inevitavelmente, nos deparamos com a impossibilidade de realizá-la porque ela era baseada nas interações sociais e na relação com o espaço público e só poderia ser realizada nas ruas da cidade presencialmente. Tivemos que admitir a diferença que o trabalho sofria por estarmos distantes uns dos outros e mediados por telas. Como poderíamos continuar nossa pesquisa neste novo contexto?

Nos afastamos da ideia de trabalhar com vídeodança ou fazer um registro videográfico do que fazíamos para vincular nas redes ou no youtube porque entendemos que a especificidade de nossa pesquisa estava na experiencia real com o espaço, nas materialidades sensórias e numa vivencia essencialmente ligada a presença em um específico lugar. Encaramos a possibilidade do que era possível ser feito nesse novo contexto, nesse novo lugar e começamos a criar uma nova maneira de fazer a partir das especificidades do meio em que estávamos, inaugurando uma outra pesquisa radicalmente baseada na relação com a tela do computador.

A situação era diferente não só por ser um trabalho feito nas telas, mas pelo desafio de encampar um processo criativo também mediado por telas, um território desconhecido até então que nos exigia uma série de habilidades que não tínhamos. Nos perguntamos: Como nos adaptar a esse meio das plataformas virtuais de reunião, se nossa arte é baseada na presença e no compartilhamento do mesmo espaço e tempo com nosso público? Pensamos então que ainda teríamos o compartilhamento do tempo, afinal estávamos todos juntos no momento da reunião mas estávamos separados no espaço , cada um estava em um lugar diferente do DF. Que corpo é esse agora, mediado por telas? O que pode esse corpo assim? O que interfere na nossa percepção quando vivenciamos o corpo dessa forma? Quais são as nossas referências no campo do audiovisual? Como essas referências estabelecem um imaginário, um modus operandi, como pautam ou interferem na nossa apreciação de uma obra feita para as telas? Quais as especificidades deste novo fazer- conceber-sentir-perceber? Como funciona esses aplicativos de videoconferência e o que é possível nesse meio? O que essa mídia potencializa na nossa percepção, o que dificulta e condiciona? Como nossa percepção se modifica? Que presença é essa? O que o corpo pode nessa condição e nesse meio? Quais os recursos que temos? Como se dá a experiência e o afeto humano desta maneira? Que assuntos, temas estavam latentes no momento e eram contundentes o bastante para serem abordados perante um contexto tão devastador? E, com o desenvolvimento das experimentações, as perguntas se multiplicaram.

Apesar da tecnologia estar super avançada, o seu uso ainda é precário pela maioria dos seus usuários. Há um paradoxo entre o artesanal e o tecnológico no uso e recursos desses aplicativos de reunião virtuais e, ao mesmo tempo, há uma avançada tecnologia utilizada para criar e disponibilizar esses recursos a milhões de usuários no planeta. Estamos vivendo um momento único de transformações na estória da humanidade, o que será que está de fato mudando? Estamos testemunhando uma revolução da subjetividade humana?

Inúmeras questões giram em torno das possibilidades e impossibilidades desse meio. Entendendo a internet como um novo lugar para as artes vivas e a videoconferência com as suas especificidades, começamos uma pesquisa percebendo que esta mídia se diferenciava da linguagem do vídeodança e/ ou do cinema, mas ainda pertence ao universo do audiovisual. As nossas referências audiovisuais parecem exigir de nossa percepção os mesmos parâmetros de controle e qualidade de imagem. Mas no atual o contexto de isolamento social, presos em casa, com poucos recursos técnicos de controle de luz e de ambiente e com a câmera simples embutida no computador, o que é possível ser feito? Qual a relação entre forma e conteúdo? Como produzir arte com qualidade a partir da precariedade e buscar nessa forma sua potência. Que conteúdo poderia encontrar nessa forma uma poética contundente? Considerando a especificidade da materialidade desta nova mídia, como matéria prima para o trabalho, o estudo dos recursos dos aplicativos de reunião on-line tem sido fundamental. Elementos como a configuração visual com múltiplas telas simultâneas, o fechar e abrir as câmeras como efeito de edição, os recursos de efeitos visuais de fundo (cromaqui, efeitos de background e outros) foram considerados como elementos de linguagem. Investigamos as dimensões e a fragmentação do corpo e o movimento no espaço do recorte da tela, a perspectiva e a qualidade de imagem da câmera estática do computador, a bidimensionalidade, a ilusão de tridimensionalidade, a construção da ficção e da realidade, a materialidade da imagem e a palavra, também, como imagem.

A concepção do trabalho é feita para e a partir da tela do computador, por meio dos recursos disponíveis do aplicativo de reuniões virtuais Zoom. As imagens e sentidos são criados a partir do corpo e do movimento na relação com diversos materiais e na interrelação entre as telas. Assim, a obra se estabelece como uma espécie de jogo entre os bailarinos. Cada bailarino entra e sai de cena ao fechar e abrir sua tela e cada ação dessa muda a posição, a ordem, a quantidade e o tamanho das telas criando um efeito dinâmico que parece de pós-edição, mas, na verdade, são executadas ao vivo.

Realizar o trabalho ao vivo é uma questão muito importante porque, na nossa maneira de conceber, a telepresença agrega uma importante camada de emoção e sensação de presença e risco. O compartilhamento do mesmo tempo, apesar de estarmos em espaços distintos, parece aproximar este fazer com a artes da presença, nos aproximando de alguma maneira da experiencia que temos no teatro, vendo uma performance presencialmente no calor do momento e do corpo a corpo.

A dramaturgia surgiu da própria condição de isolamento físico em que o trabalho estava sendo criado e da radicalização do uso da tecnologia e dos dispositivos com telas, porque como é sabido, a única possível relação segura com o outro era à distância. A vida parecia ter migrado para dentro das telas. Era tão forte as questões advindas do contexto da pandemia que não tinha como escapar de pensar no cotidiano preso em casa, a importância das interações sociais, o comportamento nas mídias sociais, a falta do toque, a solidão do isolamento, as características sofisticadas e, ao mesmo tempo, a precariedade dos recursos tecnológicos. Dramaturgicamente as questões foram se aprofundando com o passar do tempo, mostravam-se sempre paradoxais e sobre a experiência humana, como por exemplo a impossibilidade de imaginar um futuro , a destruição do planeta, o medo, a eminência da morte e a intensificação do sentido da vida, a ressignificação do que realmente é importante na vida, a revisão do modelo civilizatório, a distopia e a esperança. A necessidade de compreender o mundo a partir da coletividade em um sistema econômico que valoriza e incentiva a individualidade nos levou às questões do público e do privado, da coletividade, do local e o mundial, e tudo que acontecia no mundo no exato momento que estávamos vivendo pelos meios de comunicação de massa, nos parecia tão urgente que entrava no trabalho.

A pesquisa coreográfica é multidisciplinar com diálogo forte com as artes visuais, a fotografia, o cinema, o universo das colagens, o vídeo, a linguagem da internet e das redes sociais. Por meio da ironia, da associação livre entre palavras e imagens, critica e faz refletir sobre o momento, nosso comportamento, cultura e costumes. Como uma crônica, a obra é sempre atualizada e está conectada com o que está acontecendo nos dias que antecedem o dia da performance, ou seja, com acontecimentos recentes e reflexões atuais. O imaginário e as referências culturais do pop ao clássico aparecem por meio de apropriações de imagens da internet, revistas e jornais. A estética “homemade” (feito em casa) e “low fi” (baixa tecnologia) dão o tom do trabalho. A composição surge da apropriação e mistura de imagens que articulam múltiplos sentidos nas suas relações. O uso do aplicativo de videoconferência forja uma reunião quase surreal entre seus participantes, subvertendo o uso convencional e seu modus operandi.

O trabalho acontece como uma improvisação, um jogo. Não é uma improvisação livre, pois é amplamente estudada, com contornos dramatúrgicos pré-discutidos que gostamos de nomear como uma improvisação dirigida. É uma criação única, em tempo real e, por isso, nunca será realizada igual duas vezes. Por esta razão carrega em seu título, um número. Toda vez que é apresentado, cria-se uma nova versão. Sempre diferente, possui novos elementos e novos recursos. A cada vez apresenta novas abordagens temáticas, novos assuntos e questões que o atualizam, refletindo sobre o momento que estamos vivendo. Mas, mesmo sempre mudando, o trabalho não perde sua identidade, sua essência, mantendo as características de uma espécie de linguagem muito específica.

Para cada apresentação realizamos um estudo dramatúrgico, novas pesquisas de imagens, palavras e recursos. Levantamos novas questões e discutimos focos de interesse com a participação de todos os integrantes da performance, no intuito de criarmos um delineamento para uma nova dramaturgia. Buscamos na materialidade de tudo que temos em casa, no corpo e no computador possibilidades que desorganizem os sentidos dados e ressignifiquem o estabelecido. Todos os bailarinos participam ativamente na desconstrução e rearranjo dos sentidos possíveis a partir da coleção pessoal de materiais. A partir de uma compreensão e escolha dos temas a serem abordados experimentamos muito, improvisamos várias vezes e analisamos cada improviso. Deixamos o delineamento da dramaturgia o bastante livre para o surgimento de coisas novas em tempo real e ao mesmo tempo bastante definida e estudada para que não seja sobre qualquer coisa.

Acreditamos que esse trabalho ou qualquer outro trabalho feito nas telas jamais irá substituir o trabalho presencial. A telepresença, pelo menos ainda, com os recursos tecnológicos que temos, é muito diferente da presença. Este trabalho é a possibilidade de levantar questões sobre a relação com a tecnologia cada vez mais presente nas nossas vidas e refletir sobre o momento em que estamos vivendo. Significou a oportunidade de dar continuidade a nossas pesquisas artísticas e de certa forma a manutenção de nossas saúdes mentais durante os tempos difíceis que vivemos de isolamento social e medo. Descobrimos novas formas de fazer arte e dança e novos formatos. A maneira que encontramos de fazer esse trabalho nos apontou para uma ampliação do nosso campo de atuação artística, uma nova linguagem e assim um novo perceber-fazer-sentir. Além disso, essa performance artística tem também um caráter metalinguístico e documental que pode representar uma abertura para um novo campo para experiências do sensível, um possível e um impossível para as artes do agora, e ao mesmo tempo é uma espécie de registro de um tempo vivido sob a ótica pessoal de um coletivo artístico.




CRONOLOGIA/ CURRÍCULO DO ESPETÁCULO

Abril 2020 - JUNTOSeSEPARADOS 1- Festival on-line NO SEU QUADRADO (Brasília -DF)
Junho 2020 - JUNTOSeSEPARADOS 2 - SESC Viva Cultura (SESC-DF)
Outubro 2020 - JUNTOSeSEPARADOS 3 - 27º PORTO ALEGRE EM CENA (Porto Alegre – RS)
Novembro 2020 - JUNTOSeSEPARADOS 4 -CAMP_ iN Encuentro Scénico (México)
Dezembro 2020 - JUNTOSeSEPARADOS 5 – 25º Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de Brasília (Brasília-DF)
                          - JUNTOSeSEPARADOS 6 – Conversações sobre Corpo Cênico – Projeto de Francisco Rider (Manaus -AM)
Janeiro 2021 – JUNTOSeSEPARADOS 7- Fiver Dance (Lograño - Espanha)
Outubro 2021 - JUNTOSeSEPARADOS 8 – MID Movimento Internacional da Dança (Brasília-DF)
Julho 2022 -JUNTOSeSEPARADOS 9,10,11 e12 - Temporada Projeto Manutenção ASQ (Brasília-DF) 
Agosto 2022 - JUNTOSeSEPARADOS 13, 14, 15, 16, 17 e 18  - Sesc Palco Giratório (Brasil)
Março 2023 - JUNTOSeSEPARADOS 18 - SESC Bom Retiro - São Paulo-SP






CRÍTICA

Texto publicado no Jornal do Comércio, no dia 6/11/2020 com o título: "Dois espetáculos que sugerem o presente/futuro das artes cênicas" de autoria de Antonio Hohlfeldt. Disponível em:

https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/teatro/2020/11/764184-dois-espetaculos-que-sugerem-o-presente-futuro-das-artes-cenicas.html



Trecho:

"...O outro espetáculo é bem diverso. É um grupo de dança, o Anti Status Quo, com direção de Luciana Lara. O espetáculo, que também não passa de 35 minutos, teve dramaturgia dela mesma, além dos bailarinos Déborah Alessandra, Jaqueline Silva, Leandro Menezes, Leonardo Rodrigues, Márcia Regina, Mônica Bernardes, Raoni Carricondo e Rebeca Damian, que também são seus intérpretes e animadores (este tipo de espetáculo dificulta o uso de uma nomenclatura tradicional para nos referirmos aos criadores e participantes). A trilha sonora, fundamental para o resultado final alcançado, é de Valeria Lehmann.

É um grupo de dança, reitero, e o debate a que pude assistir possibilitou um diálogo instrutivo, que evidenciou a maneira pela qual o grupo passou da dança fisicamente presente, para uma verdadeira coreografia que não usa mais o corpo todo, mas o detalhe do corpo, graças ao primeiro plano. De fato, assistimos a uma verdadeira obra que coreografou a imagem e os detalhes da imagem dos corpos dos bailarinos. Bem-humorada, inteligente, sensível, muito bem editada e montada para permitir o ritmo que o espetáculo exigia, Juntoseseparados 3 propõe novos e insuspeitáveis caminhos para a dança mediada por tecnologias. Ao revelar que até março de 2020 ela jamais trabalhara com tecnologias deste tipo, a coreógrafa Luciana Lara evidencia uma inteligência sensível absolutamente elogiável e absolutamente utópica. Em duas partes (a primeira reflete sobre a própria condição de interatividade tecnológica, e a segunda, discute a condição do corpo neste novo contexto), muda a cabeça e a nossa sensibilidade."






 

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DE CARNE E CONCRETO - UMA INSTALAÇÃO COREOGRÁFICA (2014) 


De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica é um convite para entrar na reflexão sobre a condição urbana humana atual sob a perspectiva do corpo. Na fronteira entre a performance art, a intervenção urbana, as artes visuais, a dança contemporânea e experimentos sociais, o trabalho da Anti Status Quo Companhia de Dança de Brasília-DF, Brasil, coloca o público diante de questões sobre viver em sociedade em grande centros urbanos e sobre a lógica do sistema econômico atual.

O público entra no espaço performático usando sacolas na cabeça como máscaras. A partir daí, como uma experiência sociológica, uma espécie de jogo acontece. Ficção e realidade se confundem e a obra coreográfica se desvela. O formato de Instalação permite uma aproximação com a ideia de arte como experiência, inclui o espaço e o público como parte constituinte da obra e coloca o corpo e o comportamento humano no centro das questões dramatúrgicas.

A relação do corpo com a cidade é abordada pela materialidade das coisas e pelas naturezas indissociáveis do individual e o coletivo, do espaço e o tempo, do corpo e a mente. A simplicidade e a precariedade são alternativas para escapar da espetacularização da arte e da vida e revelar as essências. O trabalho com as sensações é uma reação à insensibilização e a hierarquização da visão sob os outros sentidos. A crueza vem do desejo de tirar tudo aquilo que é supérfluo, que media ou maquia uma experiência para que a percepção reencontre o que ficou invisível pelas convenções e pela manipulação dos desejos.


Grupo: Anti Status Quo Companhia de dança

Direção artística e dramaturgia: Luciana Lara

Concepção e pesquisa: Luciana Lara em colaboração com bailarinos e artistas colaboradores convidados

Elenco: Camilla Nyarady, Déborah Alessandra, João Lima, Maria Ramalho, Luciana Matias, Marcia Regina, Raoni Carricondo e Robson Castro.

Elenco de apoio: Roberto Dagô e Leonardo Rodrigues

Bailarinos colaboradores do processo: Camilla Nyarady; Carolina Carret; Cristhian Cantarino; João Lima; Luara Learth; Raoni Carricondo; Robson Castro e Vinícius Santana.

Artistas convidados colaboradores do processo: Marcelo Evelin; Gustavo Ciríaco e Denise Stutz.

Figurino: Luciana Lara e elenco

Produção (Brasil): Marconi Valadares

Produção Internacional: Anna Ladeira

Fotos divulgação: Mila Petrillo

Duração: 140 minutos




English


OF FLESH AND CONCRETE - A CHOREOGRAPHIC INSTALLATION (2014) - on tour

DANCE PERFORMANCE

Of Flesh and Concrete – A Choreographic Installation is an invitation to become fully immersed and actively participate in an experience that inquires the human condition from the perspective of the body. At the boundary of contemporary dance, performance art, visual arts and social experiment, the work of Anti Status Quo Dance Company from Brasilia, Brazil, raises questions about living in society at large urban centers, and how our current economic system shapes our behavior.

The audience is invited to enter the performance space wearing masks made of paper bags. From then on, as a sociological experience, a kind of game happens. Fiction and reality are mixed up and the work is slowly revealed.

The work is an experience, that deterritorializes the spectator’s and the artist’s body, including space and the members of the public as part of the work and placing the human body, behavior, coexistence and the relations with ourselves, with the other and with the environment we inhabit at the center of dramaturgical issues.

This creation is part of a larger artistic research started in 2003 by the director Luciana Lara that queries the relationship between the body and the city. This work focuses in the human urban condition and approaches it by the materiality of the things and also by the indivisible nature of the individual and the collective, of space and time and of body and mind. Simplicity and precariousness are alternatives to escape the spectacularization of art and life, intending to reveal the essences. The work with sensations is a reaction to the hierarchization of vision in relation to other senses. The rawness comes from the desire to strip away all that is superfluous, which mediates or interferes in an experience, so that perception can find what ended up invisible by conventions and the manipulation of desires.



Group: Anti Status Quo Dance Company

Artistic Director, choreography and concept: Luciana Lara

Research and creation: Luciana Lara in colaboration with dancers and invited artists

Dance: Camilla Nyarady, Déborah Alessandra, João Lima, Maria Ramalho, Luciana Matias, Marcia Regina, Raoni Carricondo e Robson Castro.

Support cast: Roberto Dagô e Leonardo Rodrigues

Research and creation collaborators: Camilla Nyarady; Carolina Carret; Cristhian Cantarino; João Lima; Luara Learth; Raoni Carricondo; Robson Castro e Vinícius Santana.

Invited process collaborators: Marcelo Evelin; Gustavo Ciríaco e Denise Stutz.

Costumes and masks: Luciana Lara and dancers

Lighting design consultants: James Fensterseifer and Marcelo Augusto

Photos: Mila Petrillo

Brazilian Production: Marconi Valadares

Tour Manager: Anna Ladeira

Duration: 140 minutes





Foto Mila Petrillo



Foto: Mila Petrillo



Foto Mila Petrillo




                                   
                                         Foto Mila Petrillo







   


     Foto Mila Petrillo













Foto: Mila Petrillo

Para saber mais sobre o trabalho:


De Carne e Concreto faz parte da pesquisa Corpo e Cidade em que a Companhia se debruça desde 2003. A grande maioria da população do planeta atualmente se concentra em grandes cidades, olhando a cidade como a materialização dos desejos e dos limites do ser humano, a Companhia começou a investigar a condição urbana atual, como um paradoxo da nossa cultura, capaz de revelar as nossas subjetivações. Refletir sobre o funcionamento da sociedade pela perspectiva do corpo na relação com a cidade levantou questões sobre viver em coletividade e sobre como o sistema econômico vigente cria uma espécie de modus operandi que molda nosso comportamento e estabelece formas de nos relacionarmos com nós mesmos, com o outro, em grupo e com o espaço que habitamos. É dessa forma que este trabalho coloca nosso sistema de valores no centro das reflexões e da abordagem dramatúrgica.


O grupo investe na relação com o público e com o espaço para abordar o tema e tem na escolha por espaços não-teatrais um dos diferenciais deste trabalho coreográfico.O investimento na experimentação e quebra de convenções na relação com o público e na pesquisa de linguagem exigiu que a Companhia procurasse espaços que permitissem uma relação diferenciada com o espectador. Apoiado na ideia de dramaturgia do acontecimento, o processo criativo foi desenvolvido com os bailarinos a partir do estabelecimento de circunstâncias de grupo, conjunturas e dispositivos que incitavam ações. Esta é uma obra coreográfica que pode ser considerada uma vivência, no limiar entre realidade e ficção.

O formato de instalação de “De Carne e Concreto”, portanto, dialoga com modos de operação artística mais comuns nas artes visuais e foi escolhido como estratégia compositiva por ajudar no engajamento da plateia e na construção de um contexto que faz parte do conteúdo dramatúrgico da obra. A experiência da Companhia com a intervenção urbana também influencia a linguagem deste trabalho nas relações com o espaço e com cada integrante do público.

Público e bailarinos habitam o mesmo espaço sem a divisão convencional entre palco e plateia. Sem hierarquias, entre público e artista, o contexto gera inúmeras situações. Espectador e performers se confundem.Quem está performando? Quem é o performer e quem é o espectador? A proximidade entre os corpos promove o engajamento sensório e a empatia. O corpo do público é agente coreográfico e participa ativamente na construção dramatúrgica e na multiplicidade dos sentidos.


Todas as ações do público é parte do trabalho. O espaço é elemento vivo na coreografia e propõe interações. As apropriações, ajustes e transformações que acontecem nos corpos na relação com o espaço, correlacionadas com as experiências do corpo e o comportamento no cotidiano da cidade e da vida em coletividade, ativa vários níveis da percepção e pode provocar inúmeras reflexões. Inúmeras metáforas atravessam as imagens criadas pelos bailarinos em uma abordagem não- representacional. A obra no formato de instalação proporciona uma experiência única para cada indivíduo do público de forma crítica, política, sensória e afetiva.


A diretora Luciana Lara e o grupo de bailarinos integrantes da Companhia em 2014 trabalharam em colaboração durante o processo de criação. A Companhia também teve a contribuição de dois artistas convidados, o coreógrafo e pesquisador piauiense Marcelo Evelin e o coreógrafo e artista contextual carioca Gustavo Ciríaco. Cada um realizou uma oficina residência de 48 horas durante o processo criativo de De Carne e Concreto que contribuíram significativamente para o aprofundamento e expansão das pesquisas de linguagem e de dramaturgia. Durante a temporada de apresentações uma terceira oficina residência foi ministrada pela bailarina e coreógrafa Denise Stutz que contribuiu, nesta etapa, para o trabalho dos intérpretes no aprimoramento da presença e do trabalho com o outro.



Cronologia: 

Estréia: 5 de Novembro de 2014, Foyer do Teatro da Praça, Taguatinga-DF, Brasil

Desde então o espetáculo tem se apresentado em importantes festivais de dança e teatro como:

   
  • Dezembro, 2019 - Mostra SESC de Teatro - Ceilândia -DF
  • Novembro, 2019- Circulação Projeto ASQ outside the black box- Brasília-DF
  • Setembro, 2019 - BITEF - Belgrade International Theather Festival - Belgrado, Sérvia
  • Setembro, 2019- Bienal SESC de Dança - Campinas - SP
  • Agosto, 2019 - CAMP_iN - Ecuentro Escénico - San Luis Potosí - México
  • 2019 - Festival DDD+FITEI - Foco Brasil - Porto, Portugal
  • 2019 - Festival do Teatro Brasileiro - Cena  Brasiliense ao Recife, Recife-PE
  • 2018 - Bienal de Dança de Fortaleza - De par em par, Fortaleza, CE
  • 2018 - Mladi Levi Festival, Liubliana, Eslovenia
  • 2018- Zurich Moves- Zurique, Suiça
  • 2018- MIT-sp Mostra Internacional de Teatro de São Paulo - Plataforma Brasil, São Paulo -SP 
  • 2017 - Festival Panorama, Rio de Janeiro-RJ
  • 2017- Festival Internacional Vivadança, Salvador-BA
  • 2017- Festival do Teatro Brasileiro - Cena Brasiliense em Minas Gerais, Belo Horizonte -MG
  • 2016 - Mostra de Dança XYZ, Brasília-DF,
  • 2016 - Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de Brasília, Brasília-DF
  • 2016 - MID - Movimento Internacional de Dança, Brasília-DF
  • 2014 -Espaço Cultural Galpãozinho, Gama-DF 
  • 2014- Galeria Athos Bulcão, anexo do Teatro Nacional, Brasília-DF.




English


Cronology

Premier: November,2014. 
Teatro da Praça, Taguatinga - BR Supported by FAC – Fundo de Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal -BR 


  • December,2019 - Mostra SESC de Teatro - Ceilândia -BR
  • November,2019- Circulação Projeto ASQ outside the black box- Brasília-BR
  • September,2019 - BITEF - Belgrade International Theather Festival - Belgrado, Serbia
  • September, 2019- Bienal SESC de Dança - Campinas - BR
  • August, 2019 - CAMP_iN - Ecuentro Escénico - San Luis Potosí - Mexico
  • May,2019 - Festival DDD+FITEI - Foco Brasil - Porto, Portugal
  • February,2019- Festival do Teatro Brasileiro - Cena Brasiliense ao Recife, Recife, BR
  • October,2018 - Bienal de Dança de Fortaleza - De par em par, Fortaleza, BR
  • August,2018 - Mladi Levi Festival, Liubliana, Eslovenia
  • March,2018- Zurich Moves- Zurique, Suiça
  • March, 2018- MIT-sp Mostra Internacional de Teatro de São Paulo - Plataforma Brasil, São Paulo -BR
  • November, 2017. Festival Panorama- Rio de Janeiro -BR 
  • August, 2017. Festival do Teatro Brasileiro – Cena Braziliense em Minas Gerais - Belo Horizonte - BR 
  • April, 2017. Festival Internacional Vivadança – Salvador-BR 
  • August, 2016. Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de Brasília – Brasilia - BR. 
  • October,2016. MID – Movimento Internacional de Dança – Brasilia - BR 
  • February,2016. IV Mostra de Dança XYZ – Brasilia – BR 
  • November, 2014. Athos Bulcão Galery, Brasilia’s National Theater, Brasília - BR. 
  • November,2014. Galpãozinho – Espaço Cultural, Gama - BR





Cartaz da temporada na Galeria Athos Bulcão em 2014. Design gráfico: Marconi Valadares



Imprensa/Críticas:


“O espetáculo De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica, da diretora e coreógrafa Luciana Lara, foi sem dúvidas a melhor coisa que vi este ano. É brilhante porque assume uma linguagem totalmente contemporânea, que confunde a plateia. Você não sabe se está dentro da peça ou se é espectador por conta da interação. As pessoas entram de máscaras e, de alguma maneira, perdem sua identidade ali. É uma peça que cria um jogo de personagens, onde o público é protagonista e se perde no meio de lixos espalhados”.

Hugo Rodas, diretor de teatro – Reportagem Jornal de Brasília 17/12/2014. Disponível em: http://www.jornaldebrasilia.com.br/viva/os-melhores-do-ano-na-opiniao-dos-artistas/




"De Carne e Concreto, a instalação-espetáculo e/ou a exposição cartográfica, é uma experiência verticalizante da Anti Status Quo (DF). É impossível sair imune do que a coreógrafa Luciana Lara e seu corpo de bailarinos-criadores propõem ao espectador-partícipe: sejam por meio das imagens visuais proporcionadas em cena, sejam pelo mosaico de sentidos que se estabelecem. Como a força de um redemoinho, o espetáculo arrasta a plateia para o olho nervoso da criação..."

Trecho do texto do jornalista, diretor e crítico teatral Sergio Maggio - Projeto 3 olhares e 1 dança. Texto na íntegra disponível em: http://www.dancaxyz.com.br/blank-qax35



"... Com grande preocupação estética, composições plásticas de forte beleza vão sendo mostradas. Mais um trabalho da Antistatusquo que mostra sua preocupação em discutir questões sociais e políticas com profundidade e competência."

Trecho do texto do ator, diretor teatral e professor emérito da UnB João Antonio Esteves . Projeto 3 olhares e 1 dança. Texto na íntegra disponível em: http://www.dancaxyz.com.br/blank-qax35



"Uma questão que também perpassa este trabalho é o como viver junto tanto na perspectiva de uma vida social de partilha e encontros e dissensos e negociações das tantas imagens construídas e evocadas, quanto na proposta da própria instalação coreográfica: que lugar ocupar naquele evento? Que performance é também possível ao espectador-participante? Quais os limites da experiência deste estar junto proposto (o quente e o frio desta instalação, quando o público passa a ser somente observador)? Neste sentido, a discussão sobre o comum, fortemente presente nos dias atuais, é relevante, pois há uma disposição em considerar o público como elemento importante da instalação coreográfica, de massa consumista à multidão de singularidades que pode alterar e compor quadros, passando também pela redução a um bloco de entusiastas das formas e das imagens já consolidadas de resistência e protesto."

Trecho de crítica publicada no site de críticas Horizonte da Cena intitulada : "A Materialidade dos movimentos fazendo carne, decompondo mundos e abrindo brechas de presença" de Clóvis domingos, pesquisador da cena contemporânea, diretor teatral e performer e Mário Rosa, historiador, mestre em arte e educação pela FaE-UFMG, dramaturgo, professor, crítico convidado do Horizonte da Cena. Texto na íntegra disponível em: http://www.horizontedacena.com/a-materialidade-dos-movimentos-fazendo-carne-decompondo-mundos-e-abrindo-brechas-de-presenca/




"Algo se passou com aqueles corpos e com os nossos corpos – falo especificamente disso: daquilo que resta – o que o acontecimento cênico consegue gerar quando esgarça suas potências até o ponto em que deixa um vazio pleno. Em que eu, como espectador (no caso, um espectador também participante da paisagem), posso subjetivar, quando o que já foi ainda ressoa, continua reverberando."

Trecho de texto publicado no site do pesquisador e criador cênico, arte-educador e gestor cultural Luiz Carlos Garrocho de Belo Horizonte-BH. O texto na íntegra está disponível em: http://www.luizcarlosgarrocho.redezero.org/de-carne-e-concreto-uma-instalacao-coreografica/




English


PRESS/ REVIEWS

"The dance performance De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica” (Of Flesh and Concrete – A Choreographic Installation) by the director and choreographer Luciana Lara was undoubtedly the best thing I saw this year. It is brilliant because it assumes a totally contemporary language, which confuses the audience. You do not know if you are inside the piece or if you are a spectator because of the interaction. People enter wearing masks and, somehow, lose their identity there. It's a piece that creates a game of characters, where the audience is protagonist and gets lost in the scattered trash."

Hugo Rodas, theater director – Report at Jornal de Brasília, 12/17/2014 Available at: http://www.jornaldebrasilia.com.br/viva/os-melhores-do-ano-na-opiniao-dos-artistas/




"De Carne e Concreto, the dance performance installation and / or the cartographic exhibition, is a vertiginous experience of the Anti Status Quo (DF). It is impossible to leave immune from what the choreographer Luciana Lara and her body of dancers-creators propose to the spectator - As the force of a whirlpool, the spectacle draws the audience to the nervous eye of creation ... "

Excerpt of Sergio Maggio’s text, journalist, director and theatrical critic - Project 3 looks and 1 dance / IV Mostra de Dança XYZ. Available at http://www.dancaxyz.com.br/blank-qax35




"... With great aesthetic concern, plastic compositions of strong beauty are shown. Another work of the Antistatusquo that shows its concern about discussing social and political issues with depth and competence."

Excerpt of João Antonio Esteves’ text, actor, theatrical director, and professor of Universidade de Brasília – UnB, - Project 3 looks and 1 dance / IV Mostra de Dança XYZ. Available at http://www.dancaxyz.com.br/blank-qax35




"An issue that also pervades this work is how to live together in the perspective of a social life of sharing and meetings and dissent and negotiations of the many images constructed and evoked, as in the proposal of the choreographic installation itself: what place to occupy in that event? What performance is also possible for the viewer-participant? What are the limits of the proposed experience of being together (the hot and cold of this installation, when the audience becomes only observer)? In this sense, the discussion about the common, strongly present today, is relevant, because there is a willingness to consider the public as an important element of the choreographic installation, from consumerist mass to the multitude of singularities that can alter and compose pictures, and also by reducing it to a block of enthusiasts of the already consolidated forms and images of resistance and protest.”

“There is a path that goes from a zone of an ordinary real to the virtuality of bodies. Body event. A work that causes sensations and does not necessarily emit some message but a block of sensations: the body in its loopholes, its opacity, its needs, its unrest, our concealment and our exposition. In the body: our tiredness, our bet of how much it fits in the accumulations, the desire that explodes the living matter that was so thin, our contained desires. The body that cannot stand it anymore!”

Excerpts of a critic written by Clóvis Domingos and Mário Rosa, published on the critics' website Horizonte da cena, titled: "The Materiality of movements making flesh, decomposing worlds and opening gaps of presence" from the presentation of the work during the Festival do Teatro Brasileiro in Belo Horizonte-MG (August 2017). Available at: http://www.horizontedacena.com/a-materialidade-dos-movimentos-fazendo-carne-decompondo-mundos-e-abrindo-brechas-de-presenca/




“What calls my attention, at first hand is the characteristic of something that happen, the occurence. Luciana Lara has for many years deterritorialized the field of dance in order to reterritorialize it in experimentation, that is, in continuous deterritorializations path, diverted to seek the scene as space and time of the encounter. "

"Something has happened to those bodies and to our bodies - I am speaking specifically of this: of what is left - what the scenic event can generate when it rips its powers to the point where it leaves a full void. In that I, as a spectator (in this case, a spectator also participant of the landscape), I can subjectivate, when what has already been still resonates, continues to reverberate ... "

Excerpts of the text written by the researcher, scenic creator, art-educator and cultural manager Luiz Carlos Garrocho published in the blog Duração & Diferença, about the presentation of the work at Funarte-MG during the Festival do Teatro Brasileiro in Minas Gerais in Belo Horizonte- MG (August / 2017). Available at: http://www.luizcarlosgarrocho.redezero.org/de-carne-e-concreto-uma-instalacao-coreografica/




"At the Centro de Artes da Maré, in the Nova Holanda favela, it was the turn to meet "OF Flesh and Concrete - A Choreographic Installation ", a breathtaking work by Anti Status Quo Companhia de Dança, a group from Brasília. It was more than two hours of a performance experience, not always easy or pleasant for the audience but at the same time full of layers revealed gradually, without losing the intensity ... "

Review in newspaper O Globo (12/12/2017) by Adriana Pavlova. Available at: https://oglobo.globo.com/cultura/teatro/critica-cortes-no-orcamento-do-panorama-nao-tiram-poder-da-reflexao-22059644




                                    Foto: Mila Petrillo




Foto Mila Petrillo                                  





Foto Mila Petrillo

Foto: Mila Petrillo






Fotos de outros fotógrafos tiradas durante apresentações em festivais/Photos of other photographers during presentation in festivals: 


BITEF -Belgrade International Theather Festival - Belgrado, Serbia (2019)












Photo: Luciana Lara

















  



























Mladi Levi Festival, Liubliana, Eslovenia (2018)



                            Photo: Nada Zgank





   Photo: Luciana Lara



Zurich Moves! Festival for contemporary arts practice in performing arts no espaço Walcheturm 


em Zurique - Suiça (2018)





Photo:Leni Olafson




 Photo:Leni Olafson




 Photo:Leni Olafson




Photo:Leni Olafson




                                   Photo:Leni Olafson



 Photo:Leni Olafson

MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, no espaço Tendal da Lapa - São Paulo-SP (
 2018)


    Foto: Nereu Jr.





Festival Panorama (2017) no espaço Cultural da Maré no Rio de Janeiro-RJ 



  Foto: Coletivo CLAP

















Foto: Coletivo CLAP










Foto: Coletivo CLAP




Festival do Teatro Brasileiro - Cena Brasiliense em Minas Gerais (2017), no espaço da FUNARTE em  Belo Horizonte-MG
























Festival Internacional Vivadança (2017) no espaço do teatro Vila Velha em Salvador-BA :















Foto: Marco Correia






Foto: Marco Correia












Foto: Marco Correia













Foto: Marco Correia











Foto: Marco Correia








Foto: Marco Correia





Cena Contemporânea- Festival Internacional de Artes Cênicas de Brasília (2016): 





























Foto: Júnior Aragão



Foto: Júnior Aragão 



























Foto: Júnior Aragão



















Foto: Júnior Aragão




































Foto Nithyama Macrini






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CAMALEÕES ( intervenção urbana) on tour

   


Foto: Luciana Lara

Camaleões é uma intervenção urbana feita de desaparecimentos. Corpos totalmente cobertos por recortes de revistas e material de publicidade perdem seus contornos e se fundem a vitrines, entradas de lojas, paredes, muros, outdoors e outros ambientes de grandes centros comerciais. Imagens e palavras, tiradas de anúncios e propagandas de todos os tipos de produtos, são coladas estrategicamente em diferentes partes dos corpos dos dançarinos, formando uma segunda pele. As relações entre os jargões publicitários e as funções fisiológicas de cada parte do corpo geram conotações que fazem pensar sobre as deturpações de valores, a distorção de ideologias, a geração de falsos desejos e noções de corpo produzidos pelo sistema econômico vigente com o intuito de vender, que a sociedade incorpora acriticamente. Como corpos mercadoria, a pessoa desaparece naquilo que produz e consome. Os desaparecimentos ressignificam a poluição visual do ambiente urbano, levantando questões sobre o bombardeamento e superexposição à uma enorme quantidade de informações, a hipersexualização do corpo como recurso publicitário, o consumo exacerbado e a crescente mercantilização da vida moderna.

Entenda melhor:

O trabalho de intervenção urbana e/ou site-specific da Companhia busca na fricção e nas frestas entre realidade e ficção uma experiência outra com a realidade, onde as situações criadas artisticamente se confundem com a vida, revelando dimensões escondidas tanto pelas convenções do que é arte e dança, como pela mecanização e anestesia do corpo-mente no cotidiano. A partir de um estudo dramatúrgico-crítico sobre a especificidade de um local, as intervenções sempre inéditas trabalham "com", "no" e "a partir" das características de um espaço público escolhido, explorando seu potencial para a criação imagética, poética, metafórica, simbólica e relacional.


A cidade é neste trabalho muito mais que um cenário, é dramaturgia que motiva a pesquisa de movimento, as ideias de corpo e as relações estabelecidas com o espaço. Para a Companhia, a intervenção urbana/ site especific tem o potencial de ressignificar o lugar, fazer refletir, modificar a percepção e a relação das pessoas com o espaço urbano e com o tempo, criando novas dimensões na relação com a arte, com a cidade, entre as pessoas e na relação das pessoas com elas mesmas.


Camaleões surge de uma investigação sobre a relação do corpo com a cidade, em que a Companhia se debruça desde 2003 e foi criado dentro do projeto de intervenção urbana “Jamais seremos os mesmos” desenvolvido pela Companhia em 2006.



Cronologia:
  •  Estreou na II Mostra de Dança XYZ em Taguatinga -DF em 2010
  • 2019  - Festival do Teatro Brasileiro - cena brasiliense ao Recife em Recife-PE,  
  • 2018- XI FIAC – Bahia em Salvador-BA, 
  • 2018- Festival Mladi Levi em Liubliana, Eslovênia, 
  • 2016- Modos de Existir- intervenções do SESC Santo Amaro em São Paulo-SP.
  • 2011- 1277 minutos de Arte Efêmera em Brasília-DF. 


Ficha técnica:

Direção artística e conceito: Luciana Lara
Bailarinos interventores: Camilla Nyarady, Déborah Alessandra, João Lima, Luciana Matias, Marcia Regina, Raoni Carricondo, Roberto Dagô e Robson Castro.
Bailarinos colaboradores do processo criativo: Breno Metre, Gigliola Mendes, Paula Medeiros e Leandro Menezes
Montagem do figurino: Luciana Lara e elenco
Assistente de Produção: Marconi Valadares
Fotos divulgação: Luciana Lara, Nada Zgank, Isabela Bugmann
Duração:  Aproximadamente 60 minutos
Censura: Livre 



Foto Luciana Lara


                                Foto Luciana Lara




Foto Luciana Lara



     Foto Nada Zgank










                         Foto Nada Zgank






SACOLAS NA CABEÇA
















Foto Luciana Lara



Sacolas na cabeça é uma intervenção urbana onde pessoas andam pela cidade, vestidas com sacolas de compras na cabeça. O ambiente das ruas é modificado com a invasão e a presença de uma espécie de seres que desafiam a lógica e instigam a realidade, criando um mundo paralelo.

O centro das metrópoles e os espaços urbanos são muitas vezes locais de passagem e negociações comerciais. A interação entre seus habitantes e o espaço é empobrecida pela velocidade, pela automação, pela objetividade da vida cotidiana e pelas relações de compra e venda. A partir de uma reflexão crítica, a sacola de compras é um objeto cotidiano que pode sintetizar a realidade mercantilista em que vivemos, um ícone da sociedade do consumo e do sistema capitalista que visa o lucro. Confeccionadas como máscaras e usadas de uma forma que subverte seu uso pragmático, as sacolas de papel são um convite à interação.

Funcionam como objetos relacionais, um tipo de dispositivo detonador de reações situações, e leituras que revelam o que está invisível, porém latente no contexto sócio político cultural de um dado momento. Reflexões críticas e políticas, interações lúdicas e deslocamentos da percepção prática do dia a dia surgem com uma quebra da lógica cotidiana habitual. Os Sacolas na cabeça são também, pontos focais que direcionam o olhar do transeunte para composições espaciais na paisagem urbana tornando visível detalhes da arquitetura e do urbanismo que passam despercebidos. Distribuídas, as sacolas são apropriadas de várias maneiras pelos transeuntes e habitantes da cidade, promovendo inúmeras relações entre pessoas e ambiente.



Créditos

Grupo: Anti status Quo Companhia de dança

Direção e concepção: Luciana Lara

Pesquisa: Luciana Lara e bailarinos da Anti Status Quo Companhia de Dança

Bailarinos: Camila Nyarady, Déborah Alessandra, João Lima, Luciana Matias, Marcia Regina, Maria Ramalho, Raoni Carricondo, Leandro Menezes, Leonardo Rodrigues, Robson Castro e artistas locais convidados e participantes do workshop/residência

Produção: Marconi Valadares.



Cronologia

Estreia em dezembro de 2014 na Praça do Relógio em Taguatinga-DF como parte e desdobramento da pesquisa para o trabalho “De Carne e Concreto – Uma instalação coreográfica”, patrocinado pelo Fundo de apoio à Cultura do DF (FAC). 

  • 2019 -Circulação de repertório do Projeto ASQ outside the black box nos arredores da 508 sul, 308/309 sul e do Espaço Cultural Renato Russo
  • 2019 MID – Movimento Internacional de Dança no CCBB em Brasília -DF,
  • 2018 – Circulação de Repertório Projeto ASQ outside the black box em São Paulo-SP, nos arredores do terminal Lapa e do Centro Cultural Tendal da Lapa, do
  • 2018- XI FIAC Bahia com duas intervenções uma no Pelourinho e outra em Plataforma, Salvador-BA.
  • Fevereiro 2016 - IV Mostra de Dança XYZ no Setor Comercial Sul em, Brasília-DF
  • 2016, Projeto Modos de Existir nos arredores do SESC Santo Amaro, São Paulo-SP.



Críticas

Trecho de crítica do ator, diretor e professor João Antonio Esteves no projeto “3 olhares e 1 dança” publicados no site da IV Mostra de Dança XYZ, em Brasília-DF, em fevereiro de 2016.

Disponível em: http://www.dancaxyz.com.br/blank-qax35



Sacolas na Cabeça - Antistatusquo Cia de Dança - DF



Por João Antonio - Ator, diretor e professor emérito da UNB



“...Quem são vocês? É um protesto contra a homofobia, contra a carestia, contra o excesso de consumo? Vocês têm que ter uma razão para fazer isso. Por que não querem me explicar??? Não estou entendendo nada...

Mas todos foram provocados. O saco de papel na cabeça obrigou que a comunicação se estabelecesse. Que o diálogo com um desconhecido acontecesse. Que a proposta da instalação coreográfica da Anti Status Quo Companhia de Dança se concretizasse. Houve um intervenção urbana. Aquele espaço foi modificado no seu cotidiano.

Luciana Lara ainda pensou em momentos de composições coreográficas. Nos espaços mais inusitados, os interventores se reuniam para uma provocação estética. Espalhados no espaço, também conseguiam cenas impensáveis. Uma criadora, sem dúvida, anti status quo.”





Trecho de crítica do jornalista, diretor e dramaturgo Sérgio Maggio no projeto “3 olhares e 1 dança” publicados no site da IV Mostra de Dança XYZ, em Brasília-DF, em fevereiro de 2016.

Disponível em: http://www.dancaxyz.com.br/blank-qax35



“Sacolas na Cabeça” é uma provocação aos que trocaram o pensamento crítico por um cartão de crédito sem limites

Por Sérgio Maggio - Jornalista, escritor, diretor de teatro



“... Por esse símbolo sobre a cabeça, é como substituir o senso crítico pelo consumismo, o capital e o capitalismo. É estampar o vazio de comprar, comprar e comprar na face. O cérebro é meu cartão de crédito sem limites, minha ecobag, para ser politicamente correto, na qual carrego a vida insaciável de ter e poder ter.

Talvez, por isso, a intervenção urbana proposta pelo Anti Status Quo Companhia de Dança, provocada pela coreógrafa Luciana Lara, tenha uma fluência tão orgânica por entre esse espaço. Depois de alguns minutos, vendo os “sacolas” andando, fazendo selfie, lendo, escondendo-se ou conversando com transeuntes, tudo parece ganhar uma potente harmonização.

Como uma espécie de guia, Luciana Lara leva em mãos “sacolas” para que, espontaneamente, o público se aproprie, num dos pontos mais instigantes dessa performance itinerante. Os objetos voam das mãos e a adesão ocorre, sem se importar por qual motivo, de forma eficaz, alterando a paisagem urbana e fazendo com que os “sacolas” se tornem seres possíveis nesse ir e vir, onde nem as vitrines repletas de promoções são, por vezes, capazes de atrair os olhares dos passantes...”



English version


BAGS ON THE HEAD is an urban intervention where people walk around the city center with shopping bags on their heads. The environment of the streets is modified with the invasion and presence of beings that instigate and defy logic, the senses and reality, creating a parallel world.

The center of a city and urban spaces are often places of passage and trade negotiations. The interaction between their inhabitants and the space is impoverished by the speed, the automation, the objectivity of the daily life and the relations of purchase and sale. From a critical reflection, the shopping bag is an everyday object that can synthesize the mercantil reality in which we live. It can be considered an icon of the society of consumption and the capitalist system that aims at profit. Made as masks, and used in a way that subverts its pragmatic use, the paper shopping bags are an invitation to interaction.

The bags work as relational objects, a kind of device that detonates reactions and reveals what is invisible in the socio-political cultural context of a given moment. Critical reflections, playful interactions, and transformation of perception arise with this break in everyday logic. The bags on the heads are also focal points that direct the passerby's gaze to space compositions in the urban landscape revealing details of the architecture and city urbanism that go unnoticed. In addition, distributed, the bags are appropriated in several ways by passersby and city dwellers promoting differentiated relationships between people and the urban space.

Cronology

Bags on the head  was conceived as an unfolding of the research developed for the piece “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica” ( Of Flesh and Concrete -  a choreographic installation), premiered in December of 2014 in the streets of Brasilia-DF, Brazil, sponsored by Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC). 

       ·       2019 -Circulação de repertório do Projeto ASQ outside the black box nos arredores da                     508 sul, 308/309 sul e do Espaço Cultural Renato Russo
            ·       2019 Projeto ASQ outside the black box, Brasília-BR
·       2019, MID – Movimento Internacional de Dança, Brasília- BR
·       2018, Circulação de Repertório Projeto ASQ outside the black box em São Paulo-SP, nos arredores do terminal Lapa e do Centro Cultural Tendal da Lapa, do

       ·        2018, FIAC – Festival Internacional de Teatro da Bahia, Salvador -BR
·        2016, Mostra de Dança XYZ - Brasília -BR
·        2016, Modos de Existir - São Paulo - BR


Credits

Work:  Bags on the head (Sacolas na cabeça)
Anti Status Quo Dance Company 
Artistic Direction and conception: Luciana Lara
Performers and collaborators: Camilla Nyarady,  Déborah Alessandra, João Lima, Maria Ramalho, Luciana Matias, Marcia Regina, Raoni Carricondo, Roberto Dagô, Robson Castro and invited artists

Direction Assistance: Robson Castro 



Foto Luciana Lara

     Foto Sartoryi Sartoryi


     Foto Sartoryi Sartoryi




     Foto Danilo Cava





      Foto Danilo Cava



      Foto Thiago Araújo










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DE CARNE E CONCRETO - UMA INSTALAÇÃO COREOGRÁFICA (2014)

EXPOSIÇÃO

Além do trabalho coreográfico de 140 minutos de duração em que o público participa junto com os bailarinos da Companhia ao vivo, foi criada também como parte do trabalho uma instalação - exposição composta a partir dos vestígios da apresentação do espetáculo, dos rastros e marcas deixados no espaço pelas ações e os corpos dos bailarinos e do público.


O espaço expositivo é montado por uma coreografia de vídeos projeções, foto montagens, objetos escultóricos e ambiência sonora especialmente elaborados para criarem ambientes de imersão sensória. Aberta como uma exposição em horário diferente do horário das apresentações do espetáculo, a instalação coreográfica - exposição proporciona ao público uma outra experiência sobre o mesmo tema.


A exposição é composta por elementos usados durante o espetáculo como o lixo e as máscaras de sacolas de compras de papel. Vídeo danças foram desenvolvidos para projeção em looping a partir de trechos de coreografias que compõem o espetáculo. Uma série de fotografias dos corpos dos bailarinos impressas em material plástico dobrável transparente, expostas com um jogo de luz que deforma e duplica as imagens foi elaborada especialmente para a exposição. A trilha sonora é composta pelo som produzido pelos bailarinos durante o espetáculo. O público pode passar quanto tempo quiser em cada ambiente construído a partir da reflexão sobre a condição urbana humana atual, a vida em coletividade, o sistema de valores do nosso atual sistema econômico e nossos corpos em relação com tudo isso.



Entenda melhor:

"De Carne e Concreto - Uma Instalação Coreográfica" consiste em duas propostas artísticas que se convergem: uma exposição- instalação que fica aberta à visitação pública durante todo o dia, e o espetáculo - instalação que é apresentado à noite:


1- Espetáculo – Apresentação de dança contemporânea com 8 bailarinos e 140 minutos de duração, realizado em espaço não teatral ( galeria, galpões, armazéns, ou espaços amplos sem divisão plateia/palco) para público de aproximadamente 100 pessoas (dependendo da capacidade de lotação do espaço).

2- Exposição – Instalação coreográfica com ambientes construídos com projeções de videodanças , videocenários, foto montagens, objetos escultóricos e design de som que fica aberta à visitação pública durante um longo período de tempo (de acordo com o horário de funcionamento da galeria ou espaço alternativo expositor).


2.1- Site interativo para visita virtual da Exposição: http://www.decarneeconcreto.art.br

Ambas propostas podem ser apreciadas separadamente, como propostas distintas e, também, como propostas complementares. Podemos viajar, assim, só com o espetáculo, ou só com a exposição ou com as duas propostas. O espetáculo é geralmente apresentado à noite e a exposição aberta ao público durante todo o dia (manhã e tarde).A exposição ainda tem um site de visita virtual.


Dessa forma, todo o trabalho é uma proposta artística transmídia, pois desenvolve em 3 suportes diferentes dramaturgias com contornos e desenvolvimentos próprios seguindo a especifidade de cada mídia: espetáculo-instalação, exposição-instalação e site.


English



OF FLESH AND CONCRETE - A CHOREOGRAPHIC INSTALLATION

EXHIBITION


Traces and marks left in the space by the actions and the bodies of the dancers and the audience at the end of the dance performance inspired a choreographic installation assembled with video projections, photo montages, sculptural objects and sound ambience specially elaborated to create environments of sensorial immersion. Opened as an exhibition at a different time from the dance performance, it gives the audience another experience on the same subject.

Elements used during the dance performance such as the trash and the masks of paper shopping bags creates the scenery. Dance films have been developed for projection in looping from choreography excerpts presented  during the dance performance. A serie of photographs of  bodies printed in transparent plastic foldable material, exposed by a lighting design  that deforms and duplicates the images on the walls was specially ellaborated for the exhibition. A soundtrack was composed by the record of the sound produced by the dancers while they were performing.The audience can spend as much time as wanted in each environment built with provoking images that makes tangible someof the reflections about our bodies in relation to the human urban condition, life in community, the  values of our current economic system and social behavior


Understand better:

"Of Flesh and Concrete - A Choreographic Installation" consists of two artistic proposals that converge: an exhibition - installation  and the dance performance - installation:


 1- Dance performance - A Live presentation of a choreographic work  with 8 dancers during  140 minutes,  in a non-theatrical space (gallery, sheds, warehouses, or ample spaces without division audience / stage) for an audience of approximately 100 people (depending on the size of the space).

 2- Exhibition - A Choreographic installation built with dance film projections,  photo montages, sculptural objects and sound ambience that is open to the public visitation for a long period of time during the day (according to the hours of operation of the gallery or alternative space exhibitor).

      2.1- Interactive site for virtual exhibition visit: http://www.decarneeconcreto.art.br

Both proposals can be considered separately as different and autonomous proposals and also as complementary proposals. We can travel, therefore, only with the dance performance, or only with the exhibition or with the two proposals. The dance performance is usually presented at night and the exhibition is opened to the public throughout the day (morning and afternoon). A virtual visit to the exhibition is available at an interactive site free of charge on the internet.

In this way, the work is a transmedia artistic proposal, since it develops in three different supports, three different aesthetic experiences, each one  with its own contours and  developments according  to the specificity of the characteristics of each media: Dance performance, Exhibition and Interactive Site.




Foto Mila Petrillo


Foto Mila Petrillo


Foto: Luciana Lara 


Foto Mila Petrillo
                                     






    Foto Mila Petrillo



                                  Foto Luciana Lara







Foto Marconi Valadares                


      
CRÉDITOS DA EXPOSIÇÃO:


Direção artística, Concepção e Expografia: 
Luciana Lara

Dançarinos colaboradores: Camilla Nyarady; Carolina Carret; Cristhian Cantarino; João Lima; Luara Learth; Raoni Carricondo; Robson Castro e Vinícius Santana.

Design gráfico: Marconi Valadares

Fotografias da exposição e objetos escultóricos: Luciana Lara

Fotografias para divulgação: Mila Petrillo, Marconi Valadares e Luciana Lara

Captação de imagens e edição dos vídeos: Thiago Araújo

Design de som: Antonio Serralvo

Concepção do site: Luciana Lara e Marconi Valadares

Programação: Renato Valadares






English

EXHIBITION CREDITS:

Artistic direction, Conception and Expografy: Luciana Lara

Dancers: Camilla Nyarady; Carolina Carret; Cristhian Cantarino; João Lima; Luara Learth; Raoni Carricondo; Robson Castro and Vinícius Santana.

Graphic design: Marconi Valadares
Exhibition photos and sculptural objects: Luciana Lara

Photos for divulgation: Mila Petrillo, Marconi Valadares and Luciana Lara

Camera and editing : Thiago Araújo

Sound Design: Antonio Serralvo

Website design: Luciana Lara and Marconi Valadares

Site programming: Renato Valadares
    



CIDADE EM PLANO (2006)








“Cidade em Plano” é uma criação em  dança contemporânea da Anti Status Quo Companhia de Dança que investiga a relação do corpo com a cidade de Brasília.

Misto de artes visuais, performance e teatro, ao som de trilha quadrifônica especialmente composta para o espetáculo, quatro bailarinos flutuam  no desenho da cidade, vestem  seu skyline, viram cerrado, reveem a história de sua construção e criticam seus cartões-postais,  redimensionando a monumental capital da esperança.



 



Foto: Débora Amorim

Com imagens fortes e metafóricas, a dramaturgia propõe discussões sobre as perspectivas arquitetônica, simbólica, histórica, sensória e política do corpo na capital do poder.

A coreografia ás vezes é um convite à contemplação visual, outras vezes à reflexão crítica e ainda ao mergulho sensório nas imagens e sons.




 























As ideias de corpo como paisagem, de corpo na cidade e de cidade no corpo também estão presentes na dramaturgia do espetáculo, tornando visíveis diferentes maneiras de perceber a cidade.
  


A pesquisa artística partiu da ideia de que o espaço urbano é uma manifestação concreta da natureza dos homens e, neste raciocínio, a cidade seria um vestígio de seus desejos, ambições, ideário e contradições.



Brasília foi construída para ser a capital do país, faz parte do imaginário brasileiro, é símbolo da ambição do país de ser moderno, marcou a história do Brasil com a sua invenção, sua arquiteura e seu urbanismo  e espelha os paradoxos de nossa cultura.








O oitavo trabalho de dança contemporânea, a Anti Status Quo Companhia de Dança  realizou uma pesquisa artística sobre Brasília a partir de uma perspectiva de quem vive nela, de quem a habita com seu próprio corpo, uma visão de dentro da cidade, de dentro do corpo.


A percepção da cidade é a de quem cresceu com o pé na terra vermelha, correndo nos espaços amplos, catando casca de cigarra nas árvores, com a vastidão do céu sobre as suas cabeças e o horizonte nos olhos, escutando histórias e se confundindo com elas ao criar a sua própria.








Criado em 2006, o espetáculo continua muito atual. A dramaturgia do espetáculo Cidade em Plano tem relação estreita com aos  acontecimentos no Brasil em Julho de 2013, pois torna visível na sua dança e nos corpos dos bailarinos as insatisfações e a crítica política que pareciam estar latentes na sociedade brasileira já há muito tempo. Parte do espetáculo parece até ter sido criado  em 2013, a partir dos sentimentos que levaram milhões de cidadãos às ruas, colocando o corpo no centro das discussões e da crítica às instituições de poder e à forma como o Brasil está sendo conduzido pelos nossos governantes.







A idealização do espetáculo, possui duas versões de encenação. A versão instalação sai do teatro italiano e inclui o público no espaço cênico, propondo várias perspectivas da encenação e do corpo das intérpretes em relação à cidade. O público imerso no espaço com os 4 intérpretes se desloca durante todo espetáculo experimentando distâncias e perspectivas diferentes dos corpos dos bailarinos.






O espetáculo também pode ser visto em versão para palco italiano. Nessa versão, o público tem um elemento novo na encenação que é o uso de vídeo projeções que revelam detalhes da coreografia e adiciona as perspectivas diferentes do corpo.













A pesquisa coreográfica foi feita pela coreógrafa Luciana Lara em colaboração inicialmente com as bailarinas Carol Carret, Cláudia Duarte, Gigliola Mendes, Marcela Brasil e Aline Maria. Na segunda fase do processo criativo colaboraram também: Karla Freire, Rafael Villa, Robson Castro e Juliana Sá.
A composição da trilha sonora original foi feita por Valéria Lehmann, Paulucci Araújo e Pablo Patrick com colaboração do DJ Chico Aquino. O trabalho do sound designer Antonio Serralvo tornou possível a idéia de fazer da trilha um cenário sonoro com a quadrifonia, assim, o público percebe o som se deslocando no espaço, vindo de várias direções.
O cenário, figurino e objetos de cena foram idealizados por Luciana Lara e Marconi Valadares.

 
 

 
 






"Cidade em Plano" contou com o patrocínio do Fundo de Apoio a Cultura do DF (FAC) e do Prêmio Funarte/Petrobrás – 2005 para sua montagem. Em 2006 a A.S.Q. ganhou o prêmio Klauss Vianna de Dança para realizar um desdobramento da pesquisa, o vídeo-dança piloto “De Carne e Pedra – Cidade em Plano”. Em 2008, Luciana Lara recebe o prêmio Estímulo à Crítica da FUNARTE para escrever sobre o processo criativo do espetáculo e publicar o livro "Arqueologia de Um Processo Criativo - Um Livro Coreográfico"
 
O espetáculo estreou em 2006 na Mostra de Dança XYZ em Brasília, no Centro de Dança do DF. Desde então vem se apresentando em Brasília e em outros estados, participando de vários festivais. O espetáculo já participou da Bienal de Santos -SP, do Festival do Teatro da Dança em São Paulo-SP, do Festival Internacional de Teatro de Brasília - Cena Contemporânea, do Festival Brasileiro de Teatro - Cena Distrito Federal em Campo Grande - MS e do FITAZ - Festival Internacional de teatro de La Paz, na Bolívia. Em 2014 realiza uma Circulação Nacional que inclui as cidades de Curitiba-PR, Recife-PE e Salvador-BA.


























FICHA TÉCNICA


Cidade em Plano


DIREÇÃO ARTÍSTICA
Luciana Lara

COREOGRAFIA E DRAMATURGIA
Luciana Lara com colaboração do elenco e bailarinos colaboradores

ELENCO:
João Lima
Luara Learth
Vinícius Santana
Valéria Rocha
Raoni Carricondo


BAILARINOS COLABORADORES
Carolina Carret
Cláudia Duarte
Marcela Brasil
Gigliola Mendes
Aline Maria
Karla Freire
Robson Castro
Rafael Villa
Juliana Sá
Breno Metre
Paula Queiroz
Thais Khouri 
Leandro Menezes


TRILHA SONORA ORIGINAL

Composição
Valéria Lehmann

Pesquisa de roteiro de sons

Paulucci Araújo

Chico Aquino
Luciana Lara

Captação de som

Paulucci Araújo

Marconi Valadares
Pablo Ornelas
Antonio Serralvo

Mixagem dos sons

Antonio Serralvo e Luciana Lara com colaboração de Pablo Ornelas e Chicco Aquino

Designer de som e edição de vídeo pôr do sol
Antonio Serralvo

Captação e edição do vídeo da cena cartões-postais
Luciana Lara

Concepção do cenário e figurino
Luciana Lara e Marconi Valadares

Cenotecnia, produção e confecção dos figurinos e objetos de cena
Marconi Valadares

Iluminação
Marcelo Augusto

Fotos
Débora Amorim, Luciana Lara, Marconi Valadares, Geisy Garnes e José Eugênio.




Patrocínio da montagem do espetáculo
Fundo de apoio à Cultura do Distrito Federal – FAC (2005)













AUTORRETRATO DINÂMICO





O ponto de partida da pesquisa coreográfica do nono  espetáculo da  Companhia: Autorretrato Dinâmico é a hipótese de que o movimento do corpo expressa de forma consciente e inconsciente a complexidade humana na relação com o ambiente em que vive. A materialização do movimento no espaço e no tempo, dessa forma, seria a combinação de expressões dos estados de espírito, da genética, da cultura, dos desejos, de impulsos da mentalidade, da personalidade, da memória, ou seja da relação do homem com o mundo. 




 Assim, seguindo essa linha de reflexão, a forma pela qual cada um de nós nos movemos é a expressão  do mundo que percebemos e vivemos. As idiossincrasias e as características particulares do movimento de cada um dos quatro intérpretes que estarão em cena, podem assim serem vistas como quatro formas de expressão, interpretação, percepção e construção de mundo.

 Se o mundo está sempre se modificando, nós também estamos sempre mudando. Então, quem somos nós? O que se fixa e não muda? O que nos faz nos reconhecermos como indivíduo que possui uma identidade? Como é então a essência dessa identidade que é mutável mas ao mesmo tempo é reconhecível?







O título do espetáculo baseia-se no conceito de identidade como um processo que está sempre em transformação e reinvenção.A investigação da expressão da identidade do indivíduo no movimento, em um âmbito maior, provoca questionamentos sobre nossas percepções de mundo, nossas escolhas, sobre nossas ações e suas conseqüências, ou seja, sobre nosso papel em um mundo complexo, diverso, multicultural, híbrido, tecnológico e veloz.

Os temas que permeiam o interesse da pesquisa são : identidade, percepção, dança e expressão.




















 







Ficha Técnica de AutorretratoDinâmico
Direção: Luciana Lara
Bailarinos Criadores: Karla Freire, Leandro Menezes, Marcela Brasil e Rafael Villa
Bailarinos colaboradores: Breno Metre, Robson Castro e Juliana Sá
Dramaturgia: Luciana Lara e bailarinos
Consultoria em filosofia: Gigliola Mendes
Iluminação: James Fensterseifer e Luciana Lara
Figurino: Criação individual
Trilha sonora: Seleção Luciana Lara e Rafael Villa
Vídeo divulgação: Rafael Villa
Fotos: Débora Amorim e Luciana Lara
Produção, Direção técnica e Design gráfico: Marconi Valadares
Assistentes de produção: Rodrigo e Renato Valadares
Apoio: FAC - Fundo de Apoio á Cultura do DF